Com crise, perfil do inadimplente mudou em 2009

O perfil dos brasileiros que ficaram inadimplentes em 2009 mudou.


01/02/2010 00h00

Para se ter uma ideia, entre as pessoas com salário acima de R$ 3 mil, cresceu em 71% a quantidade dos que não conseguiram honrar suas dívidas no ano passado.

"Mas não foram apenas as classes sociais que sofreram essa reviravolta. Tivemos uma mudança significativa também na faixa etária dos inadimplentes. Se antes eram os jovens, pouco acostumados a lidar com o mercado de crédito, que não conseguiam pagar suas compras financiadas, em 2009 até quem tem uma vida financeira estabilizada passou por problemas", explica o vice-presidente da Telecheque, José Antonio Praxedes Neto.

De 31 a 40 anos
Pesquisa realizada pela entidade revela que foi na faixa etária entre 31 e 40 anos que a inadimplência mais cresceu (31,04%). "Esse número costumava ser maior entre quem tem 21 e 30 anos. E ficou alto também entre quem tem de 41 a 50 anos (21,59%) e quem tem entre 51e 60 anos (11,35%). Teoricamente, essas são pessoas com as finanças estabelecidas, porém foram as que mais sofreram os impactos da crise e, por isso, tiveram mais dificuldade em honrar o que já tinham assumido", conta.

Ainda de acordo com Praxedes, surpreendeu também o aumento da inadimplência das pessoas com mais de 60 anos (4,18%). "Esse era um público que não representava mais de 0,8% no total de inadimplentes, e em 2009 pulou para 4,18%, quase 400 vezes mais. O que prova, mais uma vez, que essa crise atingiu a população mais madura financeiramente".

Homem x mulher
Quando a comparação é entre homens e mulheres, ainda são elas que ficam mais inadimplentes (55,27%). Porém, ao contrário do que muitos imaginam, o executivo ressalta que não é o consumo exagerado que faz com que as mulheres consigam honrar menos suas dívidas.

"A mulher atual participa muito fortemente no orçamento doméstico. Muitas vezes, inclusive, ela é a principal fonte de renda em uma família. Também cabe a ela, em grande parte das vezes, a responsabilidade de fazer as compras de casa, pagar a escola dos filhos, entre outras coisas. Assim, se a família enfrenta dificuldades, muitas vezes é nela que recai a culpa. Não é justo atribuirmos a inadimplência feminina apenas às compras por impulso", finaliza.


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