Inadimplência das empresas registrou aumento de 18,8% em 2009, o maior desde 2001

A crise passou, mas deixou suas marcas no País, principalmente nas empresas. Isso porque a turbulência foi um dos principais fatores que fizeram com que o índice de inadimplência das empresas brasileiras registrasse elevação de 18,8% no ano passado, frente a 2008 - o maior resultado desde 2001, quando o aumento foi de 29,2%.


29/01/2010 00h00

Os dados são do Indicador Serasa de Inadimplência das Empresas, divulgado nesta sexta-feira (29). Segundo os técnicos da instituição, a liquidez foi menor em 2009, por conta da aversão ao risco - provocada pela crise, que fez com que a oferta de crédito para as empresas fosse menor.

Em 2008, a inadimplência das empresas apresentou elevação de 4,8%. Com isso, o avanço com relação a 2009 foi de 14 pontos percentuais.

Reação
Com a liquidez reduzida, as empresas apertaram o cinto e reduziram os custos, enxugaram a folha de pagamento e o adiaram investimentos.

As exportadoras foram as que mais sofreram com o cenário incerto. Os analistas da Serasa explicam que a redução das importações - já que as economias dos países que mais compravam foram as mais afetadas - e a valorização do real afetaram diretamente os negócios dessas empresas.

Porém, a partir do segundo semestre de 2009, a economia do País entrou em processo de crescimento e os efeitos da crise passaram a ser menores. Com isso, a confiança do consumidor se elevou e ele, que antes agia com cautela, voltou a consumir. Aliada a isso, a oferta de crédito tanto para os consumidores como para as empresas passou a ser mais farta e os negócios começaram a apresentar reação.

Ainda assim, a melhora dos últimos meses do ano passado não foi suficiente para que, no acumulado, a inadimplência registrasse números elevados.

Tipo de dívida
No ano passado, os títulos protestados lideraram o ranking das dívidas das empresas, com 41,5% de participação na inadimplência. O percentual, entretanto, foi inferior ao registrado em 2008 (41,7%).

Na segunda colocação aparecem os cheques sem fundos, com representatividade de 38,6% na mesma base comparativa. Tal representatividade é menor que a registrada no ano anterior, quando alcançou 39,1%.

As dívidas com os bancos, por sua vez, representaram 19,9% do total da inadimplência das empresas nos doze meses de 2009. No mesmo período de 2008, essa modalidade contribuía com 19,2% de participação.

Valor das dívidas
Se o peso das dívidas com o sistema financeiro foi o menor no total da inadimplência, o mesmo não aconteceu com os valores destas ocorrências: a média dos débitos atingiu R$ 4.569,30 no acumulado do ano, o que representa um crescimento de 3,9% frente a 2008.

Já a dívida média referente aos cheques sem fundo ficou em R$ 1.736,13 no período analisado (+9,4%, na mesma base comparativa). Os títulos protestados, por sua vez, registraram uma média de R$  1.679,83 no período, sendo que houve avanço de 26,2% ante o mesmo período de 2008.
 
Metodologia
O Indicador Serasa de Inadimplência de Pessoa Jurídica, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com as instituições financeiras. A divulgação é mensal.

Autor: Infomoney


CERTIFICADO DIGITAL - RÁPIDO, FÁCIL E SEGURO É CDL!