Edvar de Freitas Chagas agora é nome do laboratório de Prática de Gestão da Estácio

Universidade presta homenagem ao empresário que é sinônimo de Câmara de Dirigentes Lojistas


20/06/2024 11h11

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A Universidade Estácio de Sá, em Campos, prestou na noite de quarta-feira (19) homenagem in memória o empresário Edvar de Freitas Chagas, dando seu nome  ao Laboratório de Prática de Gestão.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos- CDL-, José Francisco Rodrigues, acompanhado de membros de sua diretoria, esteve presente e fez uso da palavra, destacando a figura de Edvar de Freitas Chagas, que presidiu a CDL por várias gestões, no cenário do empreendedorismo em Campos.
- Foi uma homenagem significativa e emblemática colocando a vocação de um empresário com destaque na economia. Toda classe empresarial de Campos se sentiu homenageada e em especial o comércio – disse José Francisco Rodrigues.


Amigo pessoal de Edvar de Freitas Chagas, também esteve presente o médico Maron El Kik. Edvar de Freitas Chagas Júnior ex-presidente imediato da CDL agradeceu a homenagem em nome da família.
- Meu pai não fez curso superior, mas proporcionou aos filhos. Eu me formei em arquitetura, meu irmão Luciano em psicologia, e meu filho Gabriel tornou-se médico. Temos certeza que ele está orgulhoso na mesma medida em que temos orgulho dele. Lembrando a canção de Sérgio Bitencout, posso dizer que naquela mesa estará sempre faltando ele e que a saudade sempre doía- disse Júnior.


Parte emocionante da solenidade foi o discurto da sobrinha de Edvar de Freitas Chagas, Ana Barbara Freitas, com a íntegra abaixo.
- Boa noite a todos, gostaria, primeiramente, de cumprimentar os membros da mesa  e aproveitar para agradecer pela iniciativa desta linda homenagem. Cumprimento também: os familiares, amigos e admiradores do grande empresário Edvar de Freitas Chagas. É com grande alegria e entusiasmo que eu, Ana Bárbara, sobrinha de Edvar, venho aqui hoje, representando as famílias Freitas Chagas e Souza Pinto, tentar definir, em um curto período de tempo, um homem que, para nós, é atemporal. E para dar inicio a minha fala, gostaria de parafrasear Darcy Ribeiro, em seu texto, “minhas peles”, onde ele diz: “Usei muitas peles nessa minha vida já longa”, e é nesse contexto, de mudanças de pele, que eu que tentarei falar um pouco do nosso querido Tio Vavá, esposo de Cicinha Chagas, Pai de Edvar Junior, Alexandre e Luciano, avô, sogro.,.padrinho.. tio Nascido em Cazumbá, ele completaria neste último dia 15/ 06, 86 anos. Filho de pais agricultores, é o quarto filho de uma família de 9 irmãos. Cursou o antigo primário, lá mesmo em São João da Barra, e, aos 14 anos, se mudou para Campos para fazer o curso profissionalizante no SENAI. Com 16 anos de idade, começou a trabalhar como atendente de serviços gerais na empresa Singer do Brasil, onde chegou ao cargo de gerente, sendo responsável pela principal loja da Singer do Brasil, sediada em Brasília. . Em 1970 sua história com a Singer do Brasil termina e ele faz a sua “primeira troca de pele”. Deixa o ramo industrial para se embrenhar no ramo comercial. Ele inaugura a Feira das Máquinas, que tinha como perfil máquinas de costura doméstica. Como sua vocação sempre foi a comercial, vivia preso aos noticiários, lia muito jornal e revista sobre o tema, Estudava a situação do país e fazia uma análise de tudo que lia e ouvia nos noticiários, um verdadeiro autodidata. Neste momento, ele viu que o Brasil passava por uma transformação. Foi questão de tempo para perceber que, mais uma vez, precisava mudar, precisava trocar de pele. Foram introduzidos na Feira das Máquinas, novos produtos, como pequenos eletrodomésticos e móveis simples. Sempre muito atento às mudanças do mercado, percebeu que, nessa época, Campos já experimentava o crescimento comercial em função do petróleo. Resolveu então investir, definitivamente, no ramo dos móveis. Em concomitância com a Feira das Máquinas surge a Solar Móveis, que durou 10 anos. E, finalmente em 1988 nasce a FEMAC Móveis, uma nova proposta, com móveis de alto padrão, qualidade e design diferenciado. A FEMAC já nasceu grande e foi acompanhando a modernização e a tendência em decoração de interiores, uma verdadeira referência no mercado moveleiro. Não só pela ousadia de investir em um mercado novo, Edvar de Freitas Chagas marcou época em Campos, estando sempre à frente do seu tempo. Ocupou diversos cargos na Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos- CDL, tendo sido presidente da CDL por três mandatos 1977/1978, 1995/1996, 2000/2002 e, ainda como diretor, deixou sua marca de criatividade e inovação, como um dos criadores da FEPE, Feira de Preços Especiais. Também participou ativamente na ACIC, Associação Comercial e Industrial de Campos. No entanto, mais uma vez ele foi desafiado, foi preciso trocar de pele novamente, foi preciso se reinventar, quando em 2013 a FEMAC Móveis foi destruída por um incêndio e, somente, com o apoio incondicional da família e dos amigos ele conseguiu reerguer a loja no mesmo local onde ela havia nascido. Para Edvar Chagas algumas estratégias de negócio eram infalíveis, independente do ramo: estar atento às mudanças de mercado, às transformações do país, não descuidar da informação e investir em uma boa mídia, já que, quem não é visto, não é lembrado. Por isso, segundo ele, uma empresa tem que desenvolver, constantemente, eventos abertos ao público “para que o público se chegue cada vez mais”, Somada a estas relevantes estratégias de negócio não poderia faltar uma das maiores virtudes deste bem sucedido empresário a de colecionar boas amizades. Tudo ficava perfeito quando ele conseguia reunir família e amigos no melhor lugar do mundo para ele: a casa de praia de Atafona, em São João da Barra, um refúgio onde ele recarregava suas energias e, com muito bom humor, ele sempre dizia: “Na minha idade, muitos dizem que querem pendurar as chuteiras e, Eu, ao contrário, comunico a todos que acabei de encomendar um par de chuteiras novas”. A ideia era entregar para os filhos uma empresa sólida e dinâmica, para que eles dessem continuidade ao seu trabalho. Depois de todo este histórico, fica fácil de entender o porquê da relação de Edvar de Freitas Chagas, um empresário Criativo, habilidoso e com grande capacidade para solucionar problemas com o laboratório de práticas em gestão da Universidade Estácio de Sá. Certamente este laboratório será um modelo de aprendizagem vivencial, onde além da aprendizagem cognitiva, os alunos desenvolverão habilidades e a capacidade de decidir e assumir responsabilidade social e até mesmo política. Hoje, um dos maiores desafios para as escolas de negócio é criar um ambiente que leve o aluno a aprender e assimilar a teoria de forma próxima à prática. E para isso, não podemos perder de vista as várias formas de se adquirir conhecimento. Estou falando dos diferentes tipos de Educação: A educação formal que está ligada ao sistema educacional tradicional, onde o processo de aprendizagem é estruturado, planejado e organizado dentro de instituições de ensino. Já a educação não formal envolve atividades organizadas, porém fora desse sistema formal, não segue necessariamente um currículo e uma programação académica tradicional. E finalmente a educação informal que é aquela que se refere à aprendizagem de maneira natural, na vida cotidiana, sem uma estrutura organizada. Saibamos que cada uma dessas formas de educação desempenha um papel importante no desenvolvimento e no enriquecimento do conhecimento das pessoas. E é por este motivo que eu parabenizo a Universidade Estácio de Sá e os idealizadores desta merecida homenagem feita a Edvar de Freitas Chagas, que de maneira muito inteligente e inovadora, souberam identificar um modelo de educação informal, desenvolvido por um membro da sociedade civil campista, e utilizam este modelo como inspiração para formação de futuros profissionais nas áreas de gestão, de empreendedorismo e inovação. Termino minha fala citanda um importante filósofo e pedagogo da atualidade, Demerval Saviani, que diz: “toda proposta educativa contém uma concepção de mundo e de conhecimento e, consequentemente, de sociedade e de homem. Comungando com a teoria pedagógica de Saviani, que se preocupa com as demandas educacionais, tenho certeza que esta instituição de ensino, a Estácio de Sá, defende o acesso ao conhecimento sistematizado e a sua compreensão, por parte do estudante, como instrumento de reflexão e transformação da sociedade. Parabéns a todos, e mais uma vez, muito obrigada pela homenagem.


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