Ministro da Agricultura diz que aumento do pão não pode virar terrorismo

Stephanes está preocupado com repasse abusivo de preços para o consumidor


09/03/2010 00h00

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, classificou hoje como "terrorismo" a ameaça da indústria panificadora de aumentar o preço do pão francês por conta da elevação, para 30%, do Imposto sobre Importação (II) do trigo vindo dos Estados Unidos. O aumento da alíquota para o grão norte-americano foi definido ontem pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). O Brasil está autorizado a cobrar sobretaxa de produtos americanos, devido aos subsídios dos EUA ao algodão.
A lista da Camex contou com a assessoria técnica do Ministério da Agricultura para a escolha dos itens agrícolas. No total, 101 produtos norte-americanos devem sofrer retaliação com a sobretaxa. "Já tem gente querendo ganhar dinheiro a custo de uma determinada situação", resumiu o ministro, referindo-se à decisão da Camex.
Para Stephanes, a ameaça de aumento de preço do pão em 16% não tem lógica. "O custo do trigo no pãozinho varia de 10% a 16%. Com a restrição de 5%, que é quanto compramos dos Estados Unidos, aumentaria em 16%? É terrorismo", reafirmou.
Além disso, ele comentou que não há justificativa para reajuste, porque o preço atual do pão foi estabelecido em um momento em que a tonelada do trigo custava R$ 750,00. Depois disso, a trajetória do preço do grão foi descendente. Atualmente, ela custa de R$ 400,00 a R$ 450,00 a tonelada. "É inaceitável (um reajuste)", afirmou.

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