As condições favoráveis no mercado de crédito, juntamente com as perspectivas positivas para o mercado de trabalho e renda, continuam estimulando o aumento do endividamento. O percentual de famílias brasileiras endividadas saiu de 61,8% em fevereiro para 63% em março.
18/03/2010 00h00
No que diz respeito ao número de famílias inadimplentes, após registrar recuo em fevereiro, no terceiro mês do ano, ele voltou a subir, ficando em 27,3%, ante 25,6% um mês antes. Os dados são da Peic (Pesquisa Nacional de Inadimplência do Consumidor), realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e divulgada na quarta-feira (17).
De acordo com o levantamento, o número daqueles que não terão condições de pagar as dívidas subiu de 8,6% para 8,7% entre fevereiro e março deste ano.
Dívidas por renda
De acordo com a pesquisa, o percentual de famílias que afirmaram estar muito endividadas subiu de 13,4% para 14,5%, ao passo que aquelas que se dizem pouco endividadas passou de 26,2% para 27,3%.
Considerando as faixas de renda, as famílias com ganhos de até 10 salários mínimos estão mais endividadas em março que aquelas com renda superior a esse patamar. No primeiro caso, 64,1% das famílias têm dívidas, ao passo que entre aquelas com ganhos acima de 10 mínimos, 54,8% estão na mesma situação.
Considerando os inadimplentes, as famílias de menor renda também estão em situação pior que as de renda maior, diz a pesquisa. No terceiro mês do ano, 16,1% das famílias que ganham mais de 10 salários mínimos estão com dívidas e contas em atraso. Entre aquelas que recebem abaixo desse patamar, 29% estão nessa situação.
O levantamento mostra também que 9,5% das famílias de menor renda acreditam que não terão condições de pagar suas dívidas. Entre as famílias com ganhos acima dos 10 mínimos, esse percentual alcança os 3,4%.
Renda comprometida
De acordo com o levantamento, a parcela da renda comprometida com dívidas registrou queda em março, ao passar de 27,8% para 27,4%. O tempo médio de comprometimento com as dívidas ficou praticamente estável em 6,5 meses entre fevereiro e março.
O tempo médio de atraso de quem possui contas ou dívidas pendentes é de 56,8 dias. Em fevereiro, esse período correspondia a 58,8 dias. O levantamento mostra que, para 39,3% das famílias, o tempo de atraso é superior a 90 dias.