Arcebispo do Rio pede diálogo no caso dos royalties

Dom Orani Tempesta pede para que políticos nãp ajam como em uma guerra


15/03/2010 00h00

A polêmica em torno da emenda Ibsen, que reduz a receita gerada pelos royalties do petróleo para os estados e municípios produtores, chegou à Igreja Católica. O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, pediu, em nota oficial, que os políticos busquem o diálogo e não ajam como se estivessem numa "guerra".

Na nota, Dom Orani Tempesta afirma que, diante da atual discussão sobre a votação no Congresso, é necessário um consenso onde, com tranquilidade, todas as preocupações e direitos possam ser contemplados.

"Como pastor da comunidade carioca, integrante e cidadão de um Estado que está no centro de um problema que, segundo autoridades, trará grandes prejuízos para o nosso Estado e seus municípios, peço a Deus que ilumine todos os políticos para que, através do diálogo, reflitam, discutam e cheguem a conclusões que contemplem todas as razões", diz a nota.

Dom Orani Tempesta pede ainda que os políticos não ajam como se estivessem numa "guerra a ser vencida a qualquer custo, pois as consequências, com os ânimos acirrados, podem, sim, trazer prejuízos para todos, pobres ou ricos, vencidos ou vencedores".

Emenda é inconstitucional, diz Cabral

Nesta segunda-feira (15), o governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou que a polêmica emenda do pré-sal continua inconstitucional, mesmo com a alteração sugerida pelo próprio deputado Ibsen Pinheiro, o autor da proposta que mudou a divisão de royalties entre Estados e municípios. A mudança no texto sugere que a União arque com os prejuízos do Rio.

"O Ibsen mudou agora e quer pegar da União. Está ilegal também, ele não pode pegar nem da União e nem dos estados e dos municípios o que já foi licitado. Temos que discutir o que será licitado do pré-sal, essa é a essência do novo marco regulatório que o governo quer aprovar", disse o governador.

O novo acordo a ser negociado propõe usar parte do dinheiro de royalties pagos aos cofres federais para compensar os dois Estados - juntos, Rio e Espírito Santo produzem 90% do petróleo brasileiro.


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