Efeito Copa do Mundo já mexe com a economia brasileira

A Copa do Mundo da Rússia só começa em 14 de junho, mas seus efeitos já começam a aparecer nas estatísticas.


09/04/2018 14h16

É o que mostram os números de produção industrial de fevereiro no Brasil, divulgados na pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O destaque positivo foram os Bens de Consumo Duráveis, com crescimento de 1,7% sobre janeiro e de 15,6% sobre fevereiro do ano passado.

Dentro desta categoria, que abrange o setor automobilístico e de eletroeletrônicos, chama a atenção a alta do setor de eletrodomésticos da chamada linha marrom.

Essa linha, que inclui televisores, aparelhos de som e similares, teve um aumento de 41,1% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado.

“Esse crescimento já era esperado, porque, tradicionalmente, há uma produção expressiva de TVs nos três meses anteriores à Copa do Mundo” explicou o gerente da pesquisa, André Macedo, em nota.

Indústria fraca

A recuperação da linha marrom foi um alívio em meio ao balanço decepcionante de fevereiro: a alta de apenas 0,2% em relação a janeiro foi uma fração do previsto em pesquisa da Reuters (0,55%) e pelo Itaú (0,6%).

Também foi a menor taxa para o mês desde a queda de 1,4% em 2016 e ficou longe de recuperar a perda de 2,2% registrada em janeiro.

Houve forte influência negativa de recuos na indústria extrativa (queda de 5,2% dessazonalizada) e pela produção de produtos farmacêuticos (queda de 8,1%).

Mas outros indicadores são mais auspiciosos, como os de mercado automotivo, divulgados também nesta terça-feira (03) pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O mercado brasileiro de veículos novos terminou o primeiro trimestre deste ano com o maior número de vendas para o período desde 2015. Foram 545,5 mil unidades emplacadas, crescimento de 15,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Adiante, esperamos que o setor industrial continue se beneficiando da recuperação econômica cíclica, taxas de juros reais em queda, condições financeiras mais fáceis e consolidação da demanda liderada pelo investimento na Argentina (mercado chave para as exportações brasileiras de manufatura)”, diz a nota assinada por Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs.

Fonte: Exame


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