Apenas dois em cada dez brasileiros planejam pagar as contas de início de ano com o 13º salário, mostra SPC Brasil e CNDL

Com a crise econômica, poucos consumidores conseguiram poupar em 2016. SPC Brasil dá dicas para organizar um bom planejamento financeiro em 2017


09/01/2017 08h23

2016 foi um ano difícil para a economia do país e também para as finanças pessoais dos brasileiros. E ainda que as expectativas sejam um pouco mais positivas para 2017, o começo do ano tende a ser complicado para o orçamento de casa. Todo mês de janeiro vem acompanhado de gastos extras para o bolso, como o pagamento de compras de Natal, gastos com férias, impostos como IPTU e IPVA, matrícula da escola dos filhos e os materiais escolares. Segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas 16,1% conseguiram fazer uma reserva financeira ao longo de 2016 para pagar estes gastos extras (16,1%) e cerca de dois em cada três (23,2%) planejam usar ao menos parte do 13º salário com esse objetivo.

Outro destaque são os 13,3% dos entrevistados que não se planejam e acabam parcelando tudo para conseguir pagar os gastos. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ainda que as pessoas não tenham se planejado para as contas de início de ano, todos podem dar início a um planejamento. “Com a crise econômica deixando o bolso do consumidor mais vazio, muitos brasileiros não conseguiram pagar suas contas e passaram a integrar o cadastro de inadimplentes. Para evitar fazer parte dessa estatística, o início de um novo ano é um momento propício para colocar as contas no azul e se organizar para fazer uma reserva financeira”, afirma.

Com o planejamento financeiro em mente, o SPC Brasil e o portal de educação financeira “Meu Bolso Feliz” elaboraram um teste com 10 perguntas para ajudar o consumidor a organizar as finanças em 2017:

http://meubolsofeliz.com.br/teste/voce-sabe-como-organizar-as-financas-para-2017

Confira quatro dicas importantes para o pagamento das contas de início de ano e que também valem ao longo dos meses seguintes:

1. Mantenha-se na linha

Os especialistas do SPC Brasil e CNDL indicam a organização financeira em alguma planilha, aplicativo de celular ou agenda, com todos os ganhos e gastos diários. “Dessa forma, o consumidor saberá exatamente para onde está indo o seu dinheiro e pode, se necessário, ajustar gastos. O ideal é sempre revisar, no final de cada mês, todos os gastos realizados, para entender quais ajustes precisam ser feitos. Além disso é necessário incluir no planejamento as despesas previstas para o ano, incluindo, se possível, a parte destinada a sua reserva financeira”, explica Vignoli, “Dessa forma, consegue-se preparar para meses com mais gastos, como aquele em que precisará renovar o seguro do carro, celebrar a Páscoa, comprar um presente para o Dia das Mães, etc.”

2. Se tiver dívidas, renegocie ou substitua

Casos as dívidas estejam atrasadas, é recomendável uma renegociação da dívida com o credor, contratando novas condições e formas de pagamento que melhor se encaixem no orçamento. Outra dica para as dívidas que estão prejudicando o orçamento é fazer a substituição de uma dívida mais cara por outra mais barata, como trocar uma pendência no cartão de crédito ou cheque especial por um empréstimo pessoal ou consignado, que possui taxas de juros menores.

Porém, antes de se buscar algum tipo de financiamento para quitar débitos é preciso fazer uma avaliação criteriosa dos juros cobrados na operação. “Se o consumidor estiver inadimplente no cartão de crédito ou no cheque especial, a substituição da dívida é uma opção que compensa como último recurso, caso o inadimplente realmente não tenha dinheiro para quitar a pendência. Para isso, ele pode contrair um empréstimo pessoal ou consignado para quitar a dívida e assim, evitar que ela se transforme numa bola de neve”, explica a economista-chefe.

3. Pague à vista

“A preferência dos consumidores deve ser o pagamento das contas à vista, aproveitando os descontos oferecidos na maioria das vezes”, afirma o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli. “Já quem não tem dinheiro guardado acabará tendo que pagar as obrigações de início de ano a prazo. Entretanto, vale iniciar um planejamento para quitar essas despesas no próximo ano sem passar por sufoco.”
A sugestão do educador financeiro é que o consumidor vá separando todo mês um determinado valor para quitar os compromissos sazonais.

4. Planeje-se para grandes projetos

Uma viagem, um curso, um casamento ou festa de 15 anos, são alguns exemplos de grandes projetos que demandam planejamento financeiro porque geralmente exigem um montante maior de dinheiro. “Se a pessoa não juntar aos poucos para bancá-los pode se ver com o orçamento totalmente desequilibrado e, pior, com dívidas. Pesquise e faça uma estimativa de quanto esse projeto custará quando colocado em prática e veja quanto precisará economizar por mês para realizá-lo. A quantia mensal reservada para a realização de sonhos deve fazer parte do planejamento financeiro da família”, explica o educador financeiro.


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