49% dos micro e pequenos empresários contam apenas com o INSS para se aposentar, revela estudo do SPC Brasil e da CNDL

Apenas 12% dos MPEs contribuem com teto previdenciário. Metade dos micro e pequenos empresários aposentados segue na ativa para complementar renda.


29/11/2016 12h02

Na hora de planejar o futuro, nem tudo o que é intenção acaba virando prática. Nove em cada dez (86,6%) micro e pequenos empresários do varejo e serviços consideram importante o planejamento para a aposentadoria, mas quase a metade (49,0%) desses empreendedores não faz qualquer contribuição complementar ao INSS, seja por meio de uma previdência privada ou algum outro tipo de investimento. As formas de preparo complementar mais citadas são poupança (18,4%), previdência privada (15,0%) e investimento em imóveis (12,6%). A constatação é de um levantamento realizado nas 27 capitais e no interior do país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

De acordo com o estudo, 7,6% dos micro e pequenos empresários não fazem qualquer recolhimento para o INSS e a maior parte (38,1%) paga apenas o valor mínimo da contribuição. Outros 25,4% pagam um valor intermediário e apenas 11,6% contribuem com o teto previdenciário.

“Como todo trabalhador, o empresário também se aposenta, mas nem sempre dá a devida atenção a essa realidade. A contribuição para o INSS é uma necessidade básica que não garante a manutenção do padrão de vida que se tinha antes da aposentadoria. Por isso, recomenda-se também um esforço adicional que pode ser realizado por meio de planos de previdência privada e outras formas de investimento”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

50% dos MPEs aposentados seguem na ativa para complementar renda

A pesquisa ainda revela que entre os empresários que já estão aposentados, mas continuam trabalhando, metade (50,0%) segue na ativa para complementar a renda, pois a aposentadoria não é o suficiente para cobrir seus gastos do dia a dia. Há ainda uma parcela considerável de 19,6% de entrevistados que optaram por continuar trabalhando em seus negócios para se sentirem mais produtivos e ocupados. Quase um terço (32,1%) dos micro e pequenos empresários que já se aposentaram não desejam parar de trabalhar definitivamente algum dia. A pesquisa aponta que a maior parte (47,4%) dos micro e pequenos empresários começou a trabalhar cedo, com idade entre 14 e 17 anos.

Para 21%, regras para aposentadoria deveriam ser distintas entre assalariados e empresários

Para 21,2% dos entrevistados, as regras da previdência deveriam ser diferentes entre empresários e o restante da população, como assalariados e contribuintes autônomos. Nesse caso, a principal justificativa é que os empresários podem trabalhar menos, uma vez que têm a opção de delegar funções dentro de suas empresas (46,7%). Em média, o micro e pequeno empresário de varejo e serviço considera que o trabalhador brasileiro deveria se aposentar com 59 anos. Já o empresário, aos 61 anos.
Para os 72,3% de entrevistados que acreditam que as atuais regras da previdência são válidas tanto para a realidade dos trabalhadores quanto dos empresários, a razão mais mencionada é que o sistema não deve fazer distinção entre categorias profissionais (61,9%).

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, não são apenas os trabalhadores com carteira assinada que devem se preocupar com o futuro, mas também os empresários, sobretudo os micro e pequenos, que muitas vezes têm faturamento reduzido e são mais vulneráveis a sazonalidade de acordo com a demanda de seus serviços. “Fala-se muito sobre os impactos de uma reforma da previdência entre trabalhadores celetistas, mas pouco sobre o universo do pequeno empresário. Pensar na aposentadoria inclui, também, planejar o processo sucessório de suas empresas, sob pena de ver seu negócio não se sustentar. Isso é especialmente importante para o empresário que pretende extrair renda do próprio negócio”, defende Pinheiro.

Metodologia

A pesquisa ouviu 822 micro e pequenos empresários dos ramos do comércio e serviços nas 27 capitais e cidades do interior. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais com uma margem de confiança a 95%.


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