Compras on-line: cuidado para não se endividar!

A facilidade da internet pode ser uma armadilha para o bolso. Veja aqui o que considerar antes de clicar “comprar”!


24/08/2016 15h42

Ir de loja em loja procurando o melhor peço e o modelo exato do que você deseja pode demorar. Compras on-line, por sua vez, eliminam gastos com locomoção e também grande parte do tempo de pesquisa, afinal, pode-se facilmente comparar itens e valores em casa, pela telinha do seu computador. Além disso, em muitos casos, o preço do item num e-commerce é de fato mais barato do que na loja física e você ainda consegue ter acesso a dezenas de opiniões sobre o estabelecimento e o produto, facilitando sua escolha. Parece perfeito, certo? Pois saiba que a armadilha da compra on-line está justamente neste número de facilidades.

“As pessoas acabam comprando mais do que precisam porque tudo é muito fácil: o acesso ao produto, o processo da compra e a oferta de descontos. E aí, se não têm um bom controle financeiro, gastam mais do que podem”, diz o educador financeiro José Vignoli. Ou seja, embora compras on-line sejam mais práticas, podem se tornar um perigo para o bolso de quem não segue algumas regrinhas antes de gastar.

Veja abaixo 4 perguntas que todo mundo deve fazer a si mesmo antes de efetuar compras on-line.

1 – Eu realmente preciso disso?

Não importa se está numa loja física ou navegando por um e-commerce, esta é uma pergunta que o consumidor sempre deve fazer a si mesmo! Basicamente, você deve pensar se de fato precisa do produto ou se está comprando apenas porque gostou da peça, a oferta está boa ou já é a terceira vez que aquele anúncio apareceu na sua tela. Lembre-se que as lojas possuem mecanismos de indução à compra, como banners que aparecem nos sites que você visita com ofertas baseadas nas suas buscas anteriores, promoções que surgem via SMS ou WhatsApp e e-mails marketing  (aqueles enviados com ofertas e novidades) na sua caixa de entrada.

A pergunta deve ser feita especialmente frente um desses “descontos tentadores” e, também, se está comprando pelo celular, em sites ou aplicativos que possuem seus dados cadastrados no sistema. “Esse tipo de facilidade dá ao consumidor ainda menos chance de pesquisar e mais chances de comprar sem pensar”, alerta Vignoli. Tenha sempre em mente que todo dinheiro gasto sem necessidade pode desviar da meta de construir uma poupança seja para imprevistos ou realização de sonhos.

2 – O preço é mesmo o mais barato?

Para responder a esta pergunta só tem um jeito: pesquisar! E aí prepare-se porque, a partir do momento que começar a pesquisar um produto na internet, automaticamente sua tela será dominada por ofertas deste item. Isso acontece porque sites de busca, como o Google, e também algumas redes sociais, como o Facebook, trabalham com uma tecnologia que direciona anúncios para consumidores de acordo com a seleção de sites que acessam. Por exemplo, se você entrar em vários sites que vendem ou falam sobre bicicletas, passará a ver anúncios vendendo bikes – anúncios estes pagos pelas lojas ao site de busca em questão. Dessa forma, enquanto estiver pesquisando para compras on-line, é importante resistir aos estímulos de compra e múltiplas ofertas que surgem no seu computador! Prefira pesquisar em sites de comparação de preços, como o JáCotei, o Bondfaro, o eBit e oBuscapé.

3 – O custo da facilidade compensa?

Ao fazermos compras on-line não precisamos nos arrumar, ir até a loja, lidar com o vendedor… basta um clique. E aí, bancar uma taxa de entrega pela “mordomia” parece aceitável. Será? “A coisa mais comum aqui em casa era pedirmos comida pelo aplicativo simplesmente porque qualquer outra alternativa, como cozinhar ou ligar, parecia mais difícil, comparada com a facilidade que é escolher e já pagar pelo celular”, diz a jornalista Tatiane Merdile. O problema é que, a cada pedido pelo aplicativo, ela pagava de R$10 a R$15 a mais do que se ligasse para o estabelecimento. “Não só paramos de usar o aplicativo como passamos a cozinhar mais. Nesta crise, qualquer economia é bem-vinda”, resume a jornalista. Ou seja, antes de ser rendido pela facilidade da compra a partir de um clique, pare e reflita se de fato a facilidade compensa, afinal, de R$10 em R$10, no final do mês a economia pode ser significativa!

4 – Como vou pagar essa compra?

Antes de efetuar compras on-line, reflita sobre a forma como vai pagar pelos itens escolhidos. Em e-commerces, é comum o consumidor se deparar com diversas formas de pagamento, tendo que lidar também com a tentação de poder dividir em inúmeras parcelas. Em alguns sites, quanto mais se compra, em mais vezes pode-se pagar o total. Por isso pense muito bem sobre como arcará com esse gasto, já que a soma de várias parcelas pode levar a um valor alto demais para a sua renda e, consequentemente, ao endividamento. Além disto, fique atento, dependendo da loja, algumas formas de pagamento oferecem descontos. “O cartão de crédito pode parecer o mais fácil, mas em muitos sites a transferência bancária e o boleto oferecem descontos que podem compensar, inclusive, o valor do frete”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Saiba como baratear ainda mais suas compras on-line

Quem disse que não dá para pechinchar ao fazer compras on-line? Embora não seja uma barganha com o vendedor ou gerente, há jeitos de baratear uma compra virtual. Um deles é recorrer a sites que oferecem cupons, como o Cuponomia e o Cuponeria. Outro jeito é entrar no Reduza, site que ajuda o consumidor a conseguir desconto no produto que deseja. “Para quem pode esperar, uma maneira de conseguir preços mais baratos é aguardando o final do mês, época em que alguns produtos têm seus valores reduzidos pois precisam ser vendidos de qualquer jeito para que a equipe de vendas do site atinja suas metas”, conta Flávio Xavier, gerente de compras de um grande atacadista que possui lojas físicas e virtuais. Outra sugestão do especialista é ficar de olho nas redes sociais da marca, que pode oferecer descontos e fazer promoções, eventualmente com o produto desejado pelo consumidor. Por fim, há ainda os sites de Compras Coletivas, que oferecem produtos e serviços com preços abaixo do mercado.


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