Brasil cresceu durante crise

A confiança empresarial no Brasil é maior do que antes da crise, afirmou ontem em Paris o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Luciano Coutinho, confirmando que a previsão para o PIB brasileiro é de um crescimento médio de 5% nos próximos cinco anos.


26/01/2010 00h00

"A confiança do setor privado está ainda mais forte do que antes da crise. Os investimentos em infraestrutura entre 2010-2013 vão crescer no mínimo 6,5% ao ano", disse Coutinho no II Fórum Econômico América Latina e Caribe, sob os auspícios da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos) e do Ministério francês das Finanças.

Segundo Coutinho, a indústria registrará também um grande crescimento de 2010 a 2013, da ordem de 7,3%, em relação ao período 2005-2009.

O presidente do BNDES destacou "a força dos investimentos em petróleo e gás, graças às grandes reservas da Petrobras". De acordo com os números com os quais trabalha a sua instituição, os investimentos nesse setor deverão aumentar 8,8% nos próximos cinco anos.
Esses números positivos se somam à "resistência dos planos de investimentos em infraestrutura, que não foram afetados pela crise".
Coutinho confirmou a previsão de um PIB negativo em 2009 e de 5% a 6% em 2010.

"O Banco Central espera 5,8%; o Ministério da Fazenda, 5,2%. Pela primeira vez, o Banco Central está mais otimista do que o ministério. O Brasil vai conseguir crescer 5% em média nos próximos cinco anos", afirmou.

De qualquer forma, Coutinho advertiu que, para que esta projeção se concretize, o Brasil deverá superar alguns desafios, o mais importante deles o de ter "a capacidade de fazer um planejamento flexível de longo prazo".

"Este é um desafio, não só para o Brasil como também para toda a América Latina. É preciso recuperar planos de longo prazo, consistentes, com flexibilidade, ter estratégias de longo prazo em infraestrutura, energia, tecnologia da comunicação", explicou.

Entre os outros desafios do Brasil e da região em geral, Coutinho enumerou a necessidade de se ter uma "poupança doméstica pública e privada mais forte" e "manter políticas de promoção do emprego" e de "competitividade".


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